terça-feira, 17 de abril de 2007

Dama de Ferro

Embora o Iron Maiden (Dama de Ferro em inglês) seja uma das minhas bandas favoritas, isso não tem nada haver com o assunto.
Esses dias minha irmã pediu para eu ler uma Carta do Leitor, sessão do jornal Agora, do dia 16/3/7 intitulada de "Dama de Ferro", descrevia a situação de uma pessoa que presenciou uma professora proibindo um aluno de entrar na sala de aula, pois tinha chegado atrasado. A questão é que ela, minha irmã, achou que eu era a dita professora por ter passado por situação semelhante por esses mesmos dias. Bom, não deixar o aluno entrar atrasado é regulamento da escola, até aí nenhum problema. A estranha "coincidência" gerou uma discussão sobre o comportamento atual de pais, alunos e professores.
Achei muito engraçado a argumentação do cidadão que escreveu a "Dama de ferro". Considero meu direito de comentar, pois publicando ele tornou pública suas idéias, certo? Publicar -- tornar público ! Este cidadão criticou a atitude da professora como ditatorial. Não presenciei a cena, não sei como foi a atitude da professora, se foi grosseira, incisiva. De qualquer modo, me recordei de como era usual o abuso de autoridade dos professores algum tempo atrás. Tempo, do ajoelhar no milho, da palmatória, do chapéu de burro. O professor era respeitado por que era temido. Na sociedade da época tinha status ser professor. Incrível contradição! O método de ensino era a pura repetição do conteúdo e o desvio de comportamento era castigado física ou psicologicamente, contradição com a qualidade de ensino melhor e o respeito que se tinha pelo professor. Hoje não há mais castigos, pelo menos físicos, o professor tem outros meios de propiciar a aprendizagem, e ele esta totalmente desmoralizado. Desmoralizado pelo seu baixo salário, pela falta do incentivo para cursos de aperfeiçoamento. Desmoralizado pelos alunos, pois estes não mais o respeitam (nossa! a anos), e não reconhecem a importância deste profissional na sua formação. Desmoralizado mais uma vez pelos pais, que não exercem seu papel em casa, deixando para o professor a incumbência de impor limites aos seus filhos.
Parece piada.
Converso muito com minhas amigas, também professoras e o que elas me dizem é inacreditável. Hoje em dia nada é inacreditável, mas é totalmente absurdo. Ás vezes, o problema não é o jovem desinteressado, não é a criança que não quer fazer a atividade em sala de aula, são OS PAIS. Escutei relato de pais reclamando que a professora de seus filhos passam muita lição de casa! Ora essa, lição de casa, tema para casa, é fundamental para a fixação do que é visto em aula. Não é o pai que tem que fazer o dever de casa, é o aluno, é o aluno que precisa aprender e não o pai. Fazendo a tarefa para os filhos o que os filhos vão aprender? Que sempre vai ter alguém na vida que resolva seus problemas, e a vida não é assim. Não exigimos que a escola prepare nossos filhos para a vida? E este é um papel DOS PAIS. E não da escola. Como um professor com 40 alunos dentro duma sala, passará noções de limite, respeito, cumprimento de normas se os pais com 2 ou 3 em casa não conseguem?
É fácil dizer que uma professora é ditadora, (faz muitos ditados?) que cumpram-se os direitos das crianças. Agora, é fácil ir para uma sala sem infraestrutura adequada, com um número excessivo de alunos desinteressados por tudo, ganhando pouco sem nenhum reconhecimento???? Que qualquer pai passe por essa experiência e depois critique as atitudes de um professor.
Parabenizo o aposentado que defendeu nossa Dama de Ferro. DAMA de FERRO, por favor NÃO ENFERRUJE!

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Apocalipse 1ª parte - O Trânsito.

Mesmo que esse seja um espaço para discutir matemática, ensino, etc. , vou falar das "outras coisas".
O mundo está vivendo seus últimos dias. Não é um tema religioso, nem ecológico pelo aquecimento global. É apenas uma constatação de quem observa o comportamento das pessoas e os fatos. As pessoas tem atitudes completamente contrastantes com o que exigem da sociedade. Vejo tantos absurdos, começando na minha escola, nas atitudes dos alunos e de alguns colegas de profissão. Parece tão absurdo que não parece real. Isso que apenas vejo o noticiário e as coisas que acontecem pelas ruas onde passo. Basta isso para ficar estarrecida e indignada.
O trânsito.
Em Rio Grande, um verdadeiro CAOS. A muito tempo sei que o pisca é um equipamento totalmente dispensável nos veículos, por que não é um opcional de fábrica? Só não sabia que seres irracionais podiam tirar carteira de habilitação. Eu dirijo e percebo que não existe respeito algum por motoristas como eu, na verdade qualquer tipo de motorista. Os motoristas põem a vida dos pedestres em risco e o contrário também.
Repensei a minha atitude de pedestre quando me tornei motorista. Pedestre não olha quando vai atravessar a rua, nem quando está diante de um semáforo. O que é semáforo? Deve ser enfeite para alguma festa, tem luzes coloridas, ah, deve ser homenageando o Rio Grande do Sul, tem as cores vermelho, amarelo e verde! Aprendam comigo, amarelo significa ACELERE! Verde significa: PASSE POR CIMA DOS OUTROS! E vermelho significa: DÁ TEMPO, A OUTRA SINALEIRA AINDA NÃO ABRIU! Então se um motorista está aguardando o sinal verde, ele ainda tem que esperar um pouco até os outros decidirem que vermelho é para parar. Aí o que acontece: o apressadinho que está parado atrás, buzina, indicando que o sinal está verde. Ora, ora, não sei como ainda não aconteceu acidente mais grave.
Vamos nos acostumando com esse bagunça e às vezes o bom motorista tem que descumprir a lei para não causar calamidade ainda maior. E o limite de velocidade? Isso não existe, está competindo com Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, também está concorrendo com a lenda do político honesto. Fiz um pequeno cálculo. O limite de velocidade da estrada RG - Cassino é de 60 km/h. Mantendo-se essa velocidade em média , leva-se para o percurso cerca de 20 minutos. Se a velocidade média for de 80 km/h o percurso leva cerca de 15 minutos. Como essa velocidade ultrapassa 20% da velocidade máxima o condutor pode ter seu veículo apreendido e multa, sendo a falta gravíssima pelo código de trânsito. Eu como ando de moto, aumentar minha velocidade em mais de 20 km torna-se pontecialmente mortal. Parachoque de moto é a cara do motociclista. Não quero arriscar minha vida para chegar 5 minutos mais cedo. É simplesmente patético, ver os carros me ultrapassarem, quase me tiram fora da estrada (lembrando a estrado para o Cassino não tem acostamento) e quando chega na lombada eletrônica eles passam a 20km/h, 30 quando muito. Se a velocidade permitida é de 50km/h. Ainda consigo passar por esses carros na Avenida Rio Grande, mantendo a velocidade permitida.
Sem falar nas carroças, bicicletas, cachorros que atrapalham o tráfego. E não é só RG, nem preciso citar estatisticas, mais mortes pelo trânsito do que qualquer guerra. Aceitamos isso sem nenhuma reflexão. E o trânsito é uma das poucas coisas que podem ser mudadas facilmente, basta cada um "usar o pisca".